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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Fusão de confusão

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O trabalho foi o verbo conjugado que nos constituiu numa cidade talhada inicialmente na identidade da “ Valinhos, terra do figo roxo” . Anos mais tarde a fartura suscitou a emancipação do distrito agora transformado em município, cravando no seu brasão de armas suas fontes de riquezas com a indústria ocupando o centro de destaque ladeado pelo figo e a maçã. Na metade da segunda década do século XX, a fruticultura era uma atividade rentável aos seus produtores e o figo era considerado o melhor do Brasil. Há pouco mais de 100 anos, Valinhos começava ser esboçada.  Em 1914, dentro do núcleo urbano de Valinhos, conforme dados da Estatística Predial da Prefeitura de Campinas, existiam 136 imóveis construídos. Sendo praticamente metade deles pertencentes aos imigrantes ali residentes. No ano de 1918 a população local era de 5484 pessoas, de acordo com uma publicação da Junta Central de Recenseamento de Campinas. E todos que aqui viviam e trabalhavam também se alimentavam de arte e

Lembrança de uma cadeira

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Noite quente e a casa estava escancarada.  Portas e janelas abertas e brisa leve invadindo o lugar. A família e alguns vizinhos conversavam na sala e as crianças atentas naqueles causos cabeludos, de atrasar o sono. Numa rajada de vento fresco ele foi empurrado para dentro da casa ocupando o melhor lugar. Acomodou-se no braço da cadeira de balanço da dona Jacira, ocupada preparando uma mesa de doces e sucos para embalar aquela noite. O ilustre visitante noturno ficou ali, quieto, investigando o lugar sem ser notado. Convidados para aquela mesa farta, as crianças correram para ocupar os melhores lugares. Violino, o cachorro da casa, aconchegou-se debaixo da mesa na esperança de qualquer pedacinho de quitutes. Os adultos se entreolhavam felizes pela cena que ia sendo construída. O visitante ousou mudar de lugar indo para bem pertinho do bolo de milho. Descoberto pela garotada um grito de pânico foi lançado ao infinito daquela grande sala. Dona Jacira, na sua suavidade anuncia para

Quantos risos, oh quantas alegrias

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É noite do sábado de carnaval e estou voltando para casa. Pego numa saudade alterei meu caminho costumeiro e passei pelas ruas do centro da cidade de Valinhos. O relógio do painel do carro marcava pouco mais que 21h. Desertas ruas de gente, exceto um ou outro morador de beirais com seus caninos sambando por um pedaço de pão e um gole de aguardente. A passarela é silêncio nesse tempo presente. Estacionei ali na Rua 21 de dezembro e vi por dentro da memória o cordão carnavalesco que começava nessa rua e entrava pela 7 de Setembro, depois contornando a esquerda e indo dispersar no final da Rua Antônio Carlos. Era menino naquela noite antiga, cansado sentei na guia da calçada acomodei minhas costas num frondoso ipê amarelo que coloria aquela velha noite. Meus pais conversavam animadamente com outros populares enquanto esperavam a próxima agremiação. Aos poucos fui sendo surpreendido pelo sono e a escola do samba já no batuque, Leão da Vila, sempre uma sensação. Conta meu