Pátria desalmada, Brasil
Fazia a varrição da calçada logo cedo. Um menino, vizinho
dali, descia a rua com a costumeira sonolência humana.
- Bom dia.
- Dia... Ô tio, esse lacinho no seu dedo é para lembrar o que?
- Ah, para eu colocar luvas no próximo trabalho.
- Hum...
Balança a mochila com os ombros, limpa um ou outro remelo
dos olhos e o menino aperta o passo. Aqueles 2 ou 3 minutos de prosa atrasou
sua chegada a escola.
Essa quinta-feira é dia de fila indiana, espaço de um braço,
retirada do boné e mão sobre o lado esquerdo do peito para a cantoria do Hino
Nacional, sob o olhar vigilante dos capitães do mato pedagógicos.
- Melhor não atrasar, tio.
- Corre não moleque. Um dia ainda nos educaremos!
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